terça-feira, 3 de junho de 2014

A casa da gente










Folheando uma revista, me deparei com uma matéria sobre um apartamento em Paris que foi aberto após ficar 70 anos fechado exatamente como sua dona o havia deixado por ocasião de sua fuga por causa da guerra que se avizinhava.Logo imaginei os quilos de poeira que se acumularam ao longo das décadas, o que me deu coceirinha no nariz, mas para além dos entraves, o que me fixou a atenção sobre esta cápsula do tempo foi a revelação de um estilo de vida, de uma época, dos hábitos e gostos de sua moradora.Um livro-vivo a espera de leitores interessados.A exemplo das tumbas dos faraós egípcios, tal espaço se dava a uma viagem no túnel do tempo, a uma possível investigação da história ali decorrida.

Nossa casa fala de nós e por nós, para olhos visitantes, mesmo que distraídos. Existem particularidades em nossos gostos que estão por aí, visíveis a olho nu, espalhadas lá e cá a conferirem nossas preferências.Tem gente que gosta de espaços mais vazios, outras de mais cheios, umas de detalhes românticos, outras de visuais mais cleans, e a variedade é tamanha que nenhuma casa se assemelha inteiramente a outra, tipo impressão digital, cada um tem a sua.

Agora, usando lentes telescópicas, aumentando o foco: o que será descoberto pelas gerações futuras sobre a nossa casa maior, o planeta Terra? O que dizem nossos hábitos, nossos costumes, nossas ações? Desnecessário apontar, né não?A realidade já está posta aí, há mais de meio século e grita socorro por todos os quadrantes.Mais que refletir, está clara a urgência do agir; fica o alerta para a data do dia 05 próximo: o Dia da Terra, que não é só um dia, mas cada um dos que se desenharam em nossa caminhada pelo planeta/nossa casa.


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Para ilustrar ainda mais o tema,visite o excelente post da amiga Beth Lilás,do supremamaegaia.blogspot. 




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12 comentários:

  1. ´Cuidar bem de "nossa casa" é um dever de todos nós, Calu
    Muito legal a sua maneira de escrever.
    Gosto muito!
    Linda tarde.
    Beijinhos de
    Verena e Bichinhos

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  2. Calu, quanta poesia na primeira parte do teu texto. Poesia esta que gostaria que fossa possível tranferir para a última parte do texto. O que estamos fazendo com nosso cantinho, aquele lugar especial para onde sempre se quer voltar? E se estiver tão destruído nossa Casa Azul, para onde voltaremos?
    Beijo.

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  3. Excelente,Calu!

    Nossas casas mostram muito de nós. Senti falta de ar ao imaginar entrar num apartamento fechado 70 anos. Credo. Não gosto disso.Imagino as energias que paradas, só mal fazem. Detesto.Gosto de coisas abertas, vento entrando de um lado, saindo de outro, luz do sol batendo...

    Mas, voltemos ao recado dado ao final. Nós, deixamos nossas marcas aqui no nosso planeta lindo. Pena que poderão ser vistas péssimas passagens nossas por aqui! beijos,lindo post e lembrança da data. Já li cedinho lá na Beth! beijos às duas,chica

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  4. Oi Calu, fiquei interessadíssima nessa matéria da revista que você citou, adorei a forma como você escreveu.
    Precisamos cuidar da nossa Mãe Terra, cada uma fazendo sua parte, sem desaninar, mesmo que pareça pouco.
    Bjs querida e ótima semana

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  5. Amo esse reflexo da personalidade do dono em suas paredes e cômodos. A casa toma tanto o nosso jeito que torna-se o melhor lugar do mundo, não é mesmo?
    Abraço,
    Jussara - minasdemim

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  6. Olá Calu,

    Suas observações sobre o apartamento noticiado bem como sobre as características personalíssimas de nossas casas a levaram a um importante grito de alerta. Deveríamos tratar nosso Planeta com o mesmo zelo que cuidamos de nossas casas, caso contrário deixaremos rastros de destruição, retirando dos futuros habitantes a oportunidade de desfrutarem das mesmas maravilhas com que fomos agraciados por Deus.

    Excelente divagação.

    Beijo.

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  7. Ô minha amiga mais que escritora, poeta na veia, você tem mesmo uma maneira toda própria de falar sobre alguns assuntos, sempre com graça e delicadeza!
    Pois é, nossa casa maior é o planeta, dentro dele estão tantas casas e uma delas é a nossa, pequenino grão de areia nesta imensidão do universo, mas que é o retrato falado de cada um de nós.
    Sustentando tantas casas está a Terra que precisa ser muito bem cuidada primeiramente, pois de nada adiantará faxinarmos a casinha e jogarmos a poeira do lado de fora, pelas ruas, sobre a natureza.
    Nesta semana importante, vamos tentar fazer algo que realmente ajude um pouco à sobrevivência dos vários biomas e deixei no mais novo post um convite singelo para ajudarmos a salvar um querido animalzinho de nossa bela fauna.
    Conto contigo e com os amigos blogueiros mais uma vez e muito obrigada por ter indicado minha página.
    um super abraço carioca

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  8. Calu, que interessante deve ter sido reabrir essa casa depois de tantos anos! Sou fascinada pela história do cotidiano das pessoas. Em nosso planeta com certeza, a lição será triste para as futuras gerações! Excelente post! bjs,

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  9. Pois é, querida Calu. Temos sido uns inquilinos muito negligentes, para não dizer pior.
    Sábia forma de estimular a nossa reflexão.
    Beijinho, um doce fim-de-semana
    Ruthia d'O Berço do Mundo

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  10. Minha mãe dizia: a gente conhece o zelo de uma pessoa pela maneira como ela cuida de sua casa. Hoje não temos o menor zelo pela casa maior que abriga a todos nós. E as consequências virão sobre nós mesmos. A casa natureza tem pedido socorro e o homem não está ouvindo a sua voz.
    Muito bom o teu chamamento num texto tão poético como poética é a natureza!
    Abração.

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  11. Boa tarde Calu, extraordinário "post"!
    A nossa casa seja modesta ou mais requintada tem o nosso cunho pessoal e fazemos os possíveis para que todos os que habitam nela se sintam bem!
    No que respeita à casa maior interrogo-me também muitas vezes sobre o que estamos preparando para os vindouros!
    E alguns jovens (um dos meus filho refere isso muitas vezes) como que pressentem que o Planeta não terá muitos anos de vida!
    Vamos cada um dar o seu contributo ensinando e alertando pelo menos os que nos estão mais próximos para ajudar a preservar o que de maravilhoso ainda existe na Terra!
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Ailime

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  12. Nos dois primeiros paragrafos do texto me vi pensando na minha casa, nos muitos livros espalhados por todo canto, nos peixes do meu irmão, nas xerox de anatomia e etc... da minha irmã estudante de fisioterapia, nas nossas coisas... a comida do gato, a comida do cachorro, os pinceis de meu irmão, massa de modelar... rádios a pilha... e depois... meu Deus, o planeta, do ponto de vista da Terra não existe fora, ele é nossa casa... e nós estamos destruindo ele... não há poesia no lixo que espalhamos por ele, na falta de cuidado e comprometimento que temos com ele... Caraca! Sempre que penso nisso me sinto angustiada.

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!